Eu devia ter ido pra academia, mas não fui. Em vez disso assei pão de queijo pro Sean levar amanhã no trabalho dele. Como eu não consegui resistir, comi alguns e acabei não querendo jantar.
Ontem ele esqueceu o cartão de débito no Buffalo Wild Wings e eu fui com ele buscar. No caminho de volta pra casa a gente passou num drive-thru pra ele comer alguma coisa e, como a gente ainda tinha que ir ao mercado, paramos no estacionamento pra ele comer.
Estavamos lá, dentro do carro, janela meio aberta, com a caixa cheia de batatas fritas, frango empanado, salada cole slaw, molhinhos e uma torrada, quando esse moço chega perto do carro pedindo dinheiro pra completar $1,53 que faltava pra ele comprar não sei o que - se comida ou o bilhete do ônibus. A gente não deu nada, mas ele ficou na minha cabeça. E quando o Sean ficou satisfeito da comida, deixando de lado tudo exceto pelo frango, eu achei que seria ótimo se a gente pudesse dar aquela comida pro moço. E saímos pelo estacionamento a procurá-lo.
...Aqui uma pausa pra explicar de antemão, a minha reação em seguida. Uma vez, muitos e muitos anos atrás, eu estava num ponto de ônibus à noite e tinha um mendigo sentado no chão, ao lado do ponto. Um ônibus parou e desceu essa moça, que tinha dificuldade pra andar por conta de ter uma perna mais comprida que a outra. Ela passa pelo ponto. Minutos depois, ela volta com um pote de plástico e um copo com café quente na mão e entrega pro mendigo. Mancando, ela volta pra casa dela. Mas assim que ela virou as costas, o mendigo jogou o copo de café longe, bem como o pote, que eu pude ver então, estava cheio de comida - e começou a resmungar, reclamando e praguejando. Eu fiquei tão chocada com aquilo porque afinal, ninguém tem a obrigação de esquentar da própria comida pra dar pra outra pessoa, ainda mais alguém que tem que superar as próprias dificuldades pra poder ajudar o próximo. Tenho certeza de que aquela moça não era rica ou coisa alguma, ela estava fazendo o que estava ao alcance dela e mesmo assim, teve a caridade recusada. Meu coração ficou partido com aquela cena, tanto que até hoje eu me lembro dela com tristeza. Pronto, está explicado.
Encontramos o moço no estacionamento, ainda pedindo dinheiro pra quem quer que ele visse. O Sean parou o carro perto dele, ele se aproximou e eu ofereci a caixa com a comida, perguntando se ele se importaria de recebê-la da gente. E o que se seguiu aqueceu meu coração: ele abriu um sorrisão, dizendo que aquela era a comida preferida dele... o Sean explicou que não tinha mais o frango lá, mas tinha batata, salada, a torrada... e ele nos interrompeu pra dizer que a tal da torrada era a favorita dele. E nos agradeceu, abraçando a caixa, com um sorrisão enorme no rosto.
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