quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dia 292 - Fazendo o bem

Eu devia ter ido pra academia, mas não fui. Em vez disso assei pão de queijo pro Sean levar amanhã no trabalho dele. Como eu não consegui resistir, comi alguns e acabei não querendo jantar.
Ontem ele esqueceu o cartão de débito no Buffalo Wild Wings e eu fui com ele buscar. No caminho de volta pra casa a gente passou num drive-thru pra ele comer alguma coisa e, como a gente ainda tinha que ir ao mercado, paramos no estacionamento pra ele comer.
Estavamos lá, dentro do carro, janela meio aberta, com a caixa cheia de batatas fritas, frango empanado, salada cole slaw, molhinhos e uma torrada, quando esse moço chega perto do carro pedindo dinheiro pra completar $1,53 que faltava pra ele comprar não sei o que - se comida ou o bilhete do ônibus. A gente não deu nada, mas ele ficou na minha cabeça. E quando o Sean ficou satisfeito da comida, deixando de lado tudo exceto pelo frango, eu achei que seria ótimo se a gente pudesse dar aquela comida pro moço. E saímos pelo estacionamento a procurá-lo.

...Aqui uma pausa pra explicar de antemão, a minha reação em seguida. Uma vez, muitos e muitos anos atrás, eu estava num ponto de ônibus à noite e tinha um mendigo sentado no chão, ao lado do ponto. Um ônibus parou e desceu essa moça, que tinha dificuldade pra andar por conta de ter uma perna mais comprida que a outra. Ela passa pelo ponto. Minutos depois, ela volta com um pote de plástico e um copo com café quente na mão e entrega pro mendigo. Mancando, ela volta pra casa dela. Mas assim que ela virou as costas, o mendigo jogou o copo de café longe, bem como o pote, que eu pude ver então, estava cheio de comida - e começou a resmungar, reclamando e praguejando. Eu fiquei tão chocada com aquilo porque afinal, ninguém tem a obrigação de esquentar da própria comida pra dar pra outra pessoa, ainda mais alguém que tem que superar as próprias dificuldades pra poder ajudar o próximo. Tenho certeza de que aquela moça não era rica ou coisa alguma, ela estava fazendo o que estava ao alcance dela e mesmo assim, teve a caridade recusada. Meu coração ficou partido com aquela cena, tanto que até hoje eu me lembro dela com tristeza. Pronto, está explicado.

Encontramos o moço no estacionamento, ainda pedindo dinheiro pra quem quer que ele visse. O Sean parou o carro perto dele, ele se aproximou e eu ofereci a caixa com a comida, perguntando se ele se importaria de recebê-la da gente. E o que se seguiu aqueceu meu coração: ele abriu um sorrisão, dizendo que aquela era a comida preferida dele... o Sean explicou que não tinha mais o frango lá, mas tinha batata, salada, a torrada... e ele nos interrompeu pra dizer que a tal da torrada era a favorita dele. E nos agradeceu, abraçando a caixa, com um sorrisão enorme no rosto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário